segunda-feira, 30 de maio de 2011

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Portal ambiental eCYCLE publica reportagem completa sobe PROGRAMA BITUCA ZERO

Bitucas recicladas ajudam a recompor áreas degradadas

     O hábito de fumar já foi alvo de diversas campanhas contrárias à prática, inclusive com a criação de leis. Em abril de 2009, foi aprovada a lei antifumo, que proíbe o uso do cigarro em ambientes fechados em todo o Estado de São Paulo.
     Deixando de lado o fato de que fumar não faz bem a saúde, o ato de jogar a ponta do cigarro no chão é muito comum e aumentou ainda mais com leis antifumo e com a criação de fumódromos externos, mas pouca gente percebe que a bituca é um lixo ainda mais perigoso por conter substâncias tóxicas. O que fazer?
     Por conta dessa falta de educação e às vezes até descuido, o empresário Roberto Façanha, da empresa Ecocity, responsável por implementar soluções ambientais inovadoras em empresas, comércios e órgãos públicos de Curitiba, criou o PROGRAMA BITUCA ZERO, que além de coletar as pontas de cigarro, faz a reciclagem das bitucas de locais que solicitem o serviço.
     Segundo Façanha, o interesse pelo tema surgiu devido à preocupação com o excesso de bitucas presente nas ruas de Curitiba, onde o consumo de cigarros gera cerca de oito milhões de resíduos desse tipo diariamente. “Muita gente não enxerga a questão como um dano. Pensam que o problema é só da prefeitura. Mas a mentalidade está mudando, os órgãos estão acreditando”, diz o diretor da Ecocity.
     Após um ano e meio de pesquisas com biólogos, o sistema teve início em 2011 e já possui contato de empresas, além de uma parceria com o ESCRITÓRIO VERDE, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Com a implantação de coletores de bituca nos lugares solicitantes, a arrecadação é feita a uma ou duas vezes por semana. A contagem ocorre no local e o material é destinado para a reciclagem.

 A reciclagem
      O processo faz com que todas as partes da bituca sejam reaproveitadas. O restante do tabaco, o filtro e o papel são separados por um processo mecânico e todo o resíduo é colocado em um biodigestor. Depois de 90 horas, bactérias específicas quebram as toxinas e as retiram dos resíduos, que passam por uma separação.
     Os filtros irão compor uma manta de sustentação que ajudará em processos de hidrossemeadura (processo que reveste encostas sem vegetação) em locais degradados, já o papel e restos de tabaco serão usados como fertilizantes, que posteriormente podem ser aplicados na mesma área que a manta está sendo usada.
     O cigarro possui cerca de 4,7 mil substâncias tóxicas e as bitucas podem causar estragos como poluição das ruas, entupimento de tubulações e contaminzação de rios córregos. Segundo Roberto Façanha, “não adianta só coletar, mas sim dar uma destinação correta ao material ao invés de queimar”. A expectativa do inovador é de que a iniciativa se repita em outras cidades do Brasil e que as cerca de cinco toneladas do resíduos descartadas diariamente em Curitiba ganhem mais dígitos no restante do país.
Texto: Diego Menezes
Fotos: http://www.sxc.hu/
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quinta-feira, 5 de maio de 2011

A RECICLAGEM DA BITUCA DO CIGARRO


     Reciclagem, é um conjunto de técnicas que tem por finalidade aproveitar os detritos e reutiliza-los no ciclo de produção de que saíram. É o resultado de uma série de atividades, pela qual materiais que se tornariam lixo, ou estão no lixo, coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima na produção de novos produtos.
     O retorno da matéria-prima ao ciclo de produção é denominado reciclagem, embora o termo já venha sendo utilizado popularmente para designar o conjunto de operações envolvidas. O vocábulo surgiu na década de 1970, quando as preocupações ambientais passaram a ser tratadas com maior rigor, especialmente após o primeiro choque do petróleo, quando reciclar ganhou importância estratégica.
     As indústrias recicladoras são também chamadas secundárias, por processarem matéria-prima de recuperação. Na maior parte dos processos, o produto reciclado é completamente diferente do produto inicial.
     No caso das bitucas de cigarro, o PROGRAMA BITUCA ZERO, adotou a reciclagem baseada na "reutilização", aonde todo o resíduo do cigarro é reaproveitado com um novo sub-produto.
     A bituca é composta por três partes distintas: os restos do tabaco, o papel e o filtro (acetato de celulose).
     Uma vez separados pelo processo mecânico, todo o resíduo é colocado em um biodigestor de rápida ação. Alí, as bactérias irão se alimentar de todos as substâncias tóxicos que fazem parte da bituca, em um processo que leva aproximadamente 90 horas.
    

     Uma vez "limpos" os residuos são separados em dois grupos: o primeiro, os restos de fumo e os papeis, serão utilizados como fertilizantes e, diga-se de passagem, ótimos fertilizantes. O segundo grupo, os filtros, farão parte de uma manta de sustentação para o processo de hidrosemeadura em áreas degradadas, como laterais de estradas ou campos de passivos ambientais, recebendo posteriormente sementes e os fertilizantes da decomposição do papel e do tabaco.
    
     Assim, o PROGRAMA BITUCA ZERO, consegue reutilizar todo o resíduo de maneira ambientalmente correta e com uma destinação segura e útil à sociedade e ao meio ambiente. Assim, cada vez que um novo cliente torna-se um participante desse programa de gestão ambiental, estará seguro de que todo o resíduo coletado, não será descartado em aterros sanitários ou, em outras áres de depósitos irregulares.

MAIS UM FOLDER DE DIVULGAÇÃO DO "BITUCA ZERO".

ESTUDO APONTA POLUIÇÃO CAUSADA PELAS BITUCAS

    Na experiência conduzida pelos professores Aristides Almeida Rocha e Mário Albanese nos laboratórios da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, 20 pontas de cigarro foram colocadas em um recipiente com 10 litros de água e submetidas a um processo de agitação.
     A mistura permaneceu em infusão por oito dias. Do líquido resultante, que apresentava coloração amarelo-escura e forte odor de nicotina, foram retiradas amostras de 100 mililitros para análise da de­­manda bioquímica de oxigênio (DBO), indicador que mede a poluição causada por matéria orgânica biodegradável.
      No processo de decomposição, micro-organismos como bactérias, protozoários e fungos alimentam-se do material orgânico poluente e consomem o oxigênio dissolvido no meio aquático. Quanto maior for a demanda por oxigênio, mais prejudicada será a sobrevivência dos peixes e de outros organismos aquáticos.
      O esgoto doméstico, em geral, rouba o oxigênio da água em taxas que variam de 300 a 600 mg/l. Na experiência com as 20 guimbas dissolvidas em 10 litros de água, a DBO atingiu 317 mg/l. “Considerando-se que o peso médio de uma bituca é de 0,5 grama e provoca uma DBO de 0,75 mg/l, torna-se possível concluir que 2 bitucas ou 1 grama promove uma demanda de oxigênio de 1,5 mg/l”, diz Alba­nese. “Esse valor corresponde à poluição causada por um litro de esgoto doméstico”, conclui. Já o filtro, que faz parte do toco do cigarro, resiste à biodegradação, permancendo no solo e na água por 5 a 7 anos, sem se de­­compor. (AS)